quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pelo Fim da "Empurroterapia"

Sim, a "Empurroterapia" existe, é amplamente difundida, e os balconistas têm tendência a se submeter a ela devido a importante comissão que gera (renda extra que muitas vezes é a verdadeira responsável pelo sustento do balconista).
Centenas de sites, jornais, revistas, médicos (Oh, médicos! Como odeiam isso!) são terrivelmente contra essa prática, principalmente por causa das trocas que a mesma ocasiona: referência por similar/genérico.
O caso é que, na maior parte das vezes o balconista não tem realmente uma opção a seguir: ou faz a troca ou o cliente compra em outra farmácia.
Já imaginou se um cliente entra na sua farmácia pedindo uma caixa de um medicamento de referência, que custa, digamos, R$ 100,00, e você, balconista, sabe que há um medicamento similar, com exatamente o mesmo princípio ativo, que custa R$ 40,00 e ainda por cima paga 5% (no caso, R$2,00) de comissão para você. Como deixar de informar o cliente? Como deixar que ele pague mais caro, comprando o de referência? Como perder a chance de ajudá-lo e ao mesmo tempo ganhar comissão? Pior: se você não informar sobre a possível troca o cliente pode não comprar o produto na sua loja, atravessar a rua e comprar o mesmo similar na farmácia concorrente, daí você perde o cliente e a comissão, e talvez ainda o emprego, se essa prática se repetir com o conhecimento do gerente ou proprietário do estabelecimento.
É fácil pregar sermões sobre Ética, Dever, etc, mas a verdade é que o balconista não ganha um salário suficiente para o seu adequado sustento se não contar com as bonificações advindas das comissões. Isso sim é um fato, e outro fato é que muitas pessoas importantes da ANVISA ficam criticando a prática de troca de referência por similar realizada pelos balconistas, afirmando que isso causa sérios danos à Saúde do país, querendo impor normas e mais normas para a comercialização de medicamentos, mas ainda não vi algum deles se importar em apresentar uma proposta para aumentar a QUALIFICAÇÃO dos balconistas das farmácias, para aumentar o SALÁRIO desses milhares de pessoas que todos os dias lêem prescrições ilegíveis, explicam posologias que o médico não se prestou a explicar aos pacientes: como diluir, preparar doses, cuidados ao ingerir, horários para tomar os remédios e muito mais.
Ao invés de condenar a “empurroterapia”, as práticas de trocas de medicamentos, a indicação de MIPs, lute-se por um piso salarial para a categoria.
Que os balconistas de farmácia passem a ter um salário mínimo de R$ 800,00, e aí sim podem cobrar que não vendamos similares sem prescrição.
Que os balconistas de farmácia virem uma profissão regulamentada, poderíamos ser Técnicos em Farmácias, tal como Técnicos em Enfermagem, Radiologia e outros.
Ou você acha que a nossa profissão não é importante?

Nenhum comentário:

Postar um comentário